domingo, 15 de janeiro de 2012

ORDEM DO CARMO


Ordem do Carmo no Mundo

Ruínas do Monte Carmelo Há 800 anos nascia no Monte Carmelo, a Ordem do Carmo. Seu espírito está caracterizado por dois elementos: sua origem em Santo Elias, e sua dedicação a Maria. O Monte Carmelo é uma cadeia de montanhas, que tem 25 km de comprimento por 12 de largura, com uma altitude máxima de 546m, localizado na Terra Santa, hoje Israel. Limita pelo norte com Haifa, cidade marítima; pelo sul com as terras de Cesaréia; pelo leste com as planícies de Esdrelon e Saron; pelo oeste com o Mar Mediterrâneo. Carmelo significa graça e fertilidade. A Bíblia o pinta como uma torrente, a fonte de Elias, e uma vinha fertilíssima. “Tua cabeça sobre ti é tão linda quanto o Carmelo e teus cabelos como a púrpura” (Ct 7,5). Pela Montanha bíblica do Carmelo passaram muitas raças e civilizações orientais e ocidentais. Por volta do ano 1192, surge no Monte Carmelo um grupo de eremitas latinos, oriundos da 3ª cruzada para conquistar a Terra Santa. Com o sucesso da reconquista desta Terra ocupada pelos muçulmanos desde o séc. VII, começaram as peregrinações ao país de Jesus.

Como o Monte Carmelo era repleto de grutas, devido à constituição calcárea de sua rocha, ele passa a ser habitado por eremitas, que se constituíram nos primeiros carmelitas. Esses cristãos viviam na simplicidade, buscando a solidão e a oração, vivendo em obséquio de Jesus Cristo, isto é, no seu seguimento e a seu serviço. Com o passar do tempo, os primeiros carmelitas sentiram a necessidade de se organizar e de criar uma regra para sua convivência. Elegeram um superior, e pediram ao patriarca de Jerusalém, Santo Alberto, que lhes escrevesse uma regra que estivesse de acordo com o seu propósito de vida. Isso ocorreu entre 1206-1214. A Regra Albertina pode ser dividida em duas partes: a organização externa do Carmelo e a vida interior dos carmelitas. Substancialmente a regra é eremítica. Os religiosos viverão em celas separadas, escavadas na rocha; haverá um lugar central para o oratório; nele se recitarão o Ofício Divino e a Missa Diária; nele também haverá lugar para o Capítulo conventual semanal. O porquê de sua vida é a contemplação, utilizando como meios principais a solidão, a mortificação e o trabalho manual.

O guardião do eremitério é o Prior, eleito por maioria dentre os ermitões. Na obediência se concentram os votos religiosos; a pobreza é absoluta e o trabalho manual obrigatório. Junto a isto está a meditação contínua da Bíblia e o exercício das virtudes monásticas. A princípio parecia que a Ordem não sairia da Palestina. Contudo mudanças políticas no país de Jesus obrigaram os carmelitas a emigrarem para a Europa. Os muçulmanos não desistiram da Terra Santa, e voltaram a perseguir os cristãos. Em 1238 se dá a transmigração dos carmelitas, que se estabelecem em Chipre, Sicília, França e Inglaterra.

Em 1291, o mosteiro da Santa Montanha foi incendiado e martirizados os últimos carmelitas remanescentes. Foi muito difícil para a Ordem do Carmo permanecer na Europa conservando a tradição eremítica. Era preciso fazer adaptações à Regra de Sto Alberto, conciliar a vida contemplativa com uma vida de ministério a serviço da Igreja. Foi através do trabalho incansável de São Simão Sotck, Superior Geral da Ordem, que os carmelitas conseguiram a aprovação das mudanças necessárias pelo Papa Inocêncio IV. Assim, nasceu no Carmelo um modo de”vida mista” : a vida ativa se exerce como fruto e conseqüência da contemplação que continua sendo fundamento e princípio da vocação carmelitana. O Escudo da Ordem do Carmo aparece pela primeira vez no séc.XV, em 1499, figurando na capa do livro da vida de Santo Alberto. Primeiro em forma simples, ele foi modificando-se em detalhes no correr dos anos.

Falta uma explicação oficial do mesmo na Ordem. Vamos expor o que nos parece mais autêntico, seguindo as fontes históricas e mais autorizadas. Encontramos nele 2 elementos fundamentais: o campo e as estrelas. São 3 estrelas, cada uma de 6 pontas. A estrela inferior representa a Virgem Maria, e as outras 2 superiores, à direita e à esquerda do Monte, os profetas Elias e Eliseu. Sendo assim elas indicariam a índole mariana da Ordem e sua origem eliana. Quanto às cores, o branco e o marrom, aparecem combinados e correspondem às cores do hábito dos carmelitas. Em 1595 aparece o escudo com a coroa ducal, e sobre ela um semicírculo com 12 estrelas, o braço e a espada de Elias, com o dístico: “Zelo zelatus sum pro Domino Deo Exercituum” = Morro de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos.

Espiritualidade

Nossa Senhora do Carmo – O Carmelo é todo de Maria

A ligação de Nossa Senhora com os carmelitas remonta às origens da Ordem. Os primeiros eremitas latinos que se fixaram no Monte Carmelo, no final do séc.XII, instalaram-se em grutas e construíram no centro delas um oratório dedicado a Nossa Senhora.
Escolheram a Virgem Maria como Patrona da Ordem, a Senhora do Lugar, demonstrando que estavam em honra e a serviço dela, de quem esperavam toda a proteção. Assim os primeiros carmelitas colocaram-se inteiramente à disposição, consagraram-se e viveram em obséquio (dedicação total) de Jesus Cristo e também de sua mãe Maria.
Consideravam-na como Mãe e modelo de vida contemplativa: ela nos ensina a acolher, a meditar e a conservar a Palavra de Deus no coração.Maria também é irmã dos carmelitas que têm como título oficial da Ordem: Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus do Monte Carmelo, conhecida como Ordem do Carmo.
Os carmelitas sempre estiveram em sintonia com a virgindade de Maria, que é não apenas física mas espiritual. Significa ter o coração inteiramente e exclusivamente dedicado a Deus, não dividido. Maria viveu só as coisas de Deus, esvaziando-se para Ele (vacare Deo) de tudo o que era terrestre e humano, para ocupar-se apenas dele.
É cheia de graça, pois teve êxito em esvaziar-se para que Deus ocupasse totalmente o seu coração. O ideal de todo carmelita. Não se pode compreender o Carmelo sem a presença viva de Maria. Ela é o modelo perfeito do ser consagrado ao Senhor. Com Maria sentimos a coragem de ser, no meio do povo e da Igreja, aqueles que oferecem o Cristo, gerado na oração.
 

Fonte:  http://www.carmelitas.org.br/site/

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